Conforme a Companhia Catarinense de Água e Saneamento (Casan), que gerencia o sistema de abastecimento em 195 dos 295 municípios do Estado, a cidade São Miguel do Oeste enfrenta uma das situações mais delicadas no momento. O abastecimento de água está sendo racionado, e é intercalado entre bairros em períodos de até 12 horas.
As dificuldades de abastecimento são resultado de uma situação extrema. De acordo com o Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia (Ciram), da Epagri, 9 das 10 regiões de Santa Catarina acumularam um déficit de chuvas superior a 300 milímetros nos últimos 12 meses.
Segundo informações da Casan, em cidades da região Serrana, como São Joaquim, também há dificuldades. Isso porque o Rio Antonina está praticamente seco. No Litoral Norte, em Barra Velha, onde a prefeitura estuda decretar emergência, e São João do Itaperiú, o alerta sobre a dificuldade de abastecimento de água se repete. Nessas cidades, a Casan informou que tem feito manobras para manter os usuários abastecidos.
Em Tubarão, no Sul catarinense, a baixa do Rio Tubarão fez com que o prefeito Joares Ponticelli decretasse situação de emergência na semana passada. Segundo a concessionária responsável pelo abastecimento de água no município, a falta de chuva fez com que água salgada do mar avançasse, elevando o índice de água salobra no rio. A concessionária estuda fazer uma barreira de contenção para evitar que a água salgada continue a avançar e prejudique a captação.
De acordo com a Casan, duas medidas operacionais foram tomadas para manter o abastecimento. Uma delas foi reduzir em 40% a captação na Lagoa do Peri para preservar o manancial, colocando em operação nove poços do Aquífero do Campeche. Além disso, a companhia também informou que instalou nova bomba na captação do Rio Cubatão para reforçar o Sistema Integrado da Região Metropolitana.
Já a Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc) afirma que está acompanhando a situação, e que está orientando os responsáveis pelo abastecimento nos municípios em estado crítico para que façam as intervenções e adotem as medidas emergenciais necessárias para minimizar os impactos nos usuários.

Porém, o meteorologista da NSC Comunicação, Leandro Puschalski, afirma que os volumes são insuficientes para mudar o quadro de estiagem em Santa Catarina. Ele também pondera que a previsão do tempo ainda não indica chuvas volumosas para os próximos dias e orienta que as pessoas sigam economizando água.
— É algo que vem de alguns meses, então o que é necessário é que volte a chover com volumes maiores por um período mais regular — comenta.